Sunday, October 31, 2010

Viva

Que bela nação é o meu chão, que não habito.
Mesmo suando e lutando, meu povo ainda cria.
Que maravilha ver a agora pela TV, aqui do outro lado do mundo, um menino completamente lúcido e enlouquecido tocando o piano como se fosse uma brincadeira inerente a um jovem de 19 anos.
A arte de tocar, sambar e de jogar bola, com o balanço e a destreza da malandragem lúdica e bela da dança da sobrevivência e criatividade.
Equlibristas da arte e da bola, nascem como nascem as flores, embelezam nossos olhos como deve ser a arte, como foram os grandes mestres das telas e da estética que o tempo limitou aos fatos e atitudes do tempo de cada um.
Tempo que impõe o limite para a democracia artística que separa movimentos e divide opiniões.
Mas que prazer ter o prazer de ver a arte nas mãos, nos pés, nos corpos e nas mentes e atitudes de pessoas que brotam como brotam olhos d’água nessas areias desérticas dos negócios da arte e ganhos da intelectualidade lucrativa, que rude, resiste o nosso chão, mesmo pobre e puído dos desmandos.
Mesmo assim; como é boa essa minha terra de arte nativa de calor amoroso, tudo verdinho e azul, que tem sido pelos anos manchada pela coisa cinzenta, turva e áspera, tingindo a suavidade da nossa história com a dureza das vantagens.
Viva meu céu, viva minhas estrelas, viva meu mato, viva meus ventos, viva nossa pele, viva nossos olhos, viva nossos cheiros e viva nossos suores, que aos poucos vão se misturando e adoçando o sal de nossos poros.
Viva minha mocinha, viva as mãos e pés maravilhosos da arte espontânea e os corações que se misturam na seqüência dos olhares eternos.
Viva você; minha vida....

Marco Bosco
Tokyo/2008

No comments:

Post a Comment