Saturday, October 2, 2010

Curvas

Curvas, são muito importantes e uma questão de sobrevivência.
As retas são monótonas, podem nos levar mais rápido aos lugares que imaginamos, mas, a gente perde a noção da distância, parece perto mas nem sempre o é.
Círculos, estão completamente fora de questão!
A gente sempre fica olhando pra dentro e acaba no mesmo lugar.
As curvas não... Elas são ótimas!
Nas curvas você pode olhar um pouco para trás , mas continua andando para frente.
As curvas desviam dos obstáculos, contornam as montanhas e nos proporcionam lindas paisagens e um certo perigo, as vezes pequenos, as vezes enormes.
Por exemplo: As curvas que habitam esse seu corpo.
Perigosas e com uma paisagem avassaladora, como os olhos de ver o mar.
As curvas sonoras que amaciam suas palavras e as trazem bem devagarzinho.
Como as curvas de uma pedra atirada na água que estava calminha e parada.
As curvas do seus cabelos negros curvando-se em seus ombros, que em perfeitas curvas harmonizam-se com as curvas dos seio da mãe, que na planície breve do seu ventre, se espalham pelas curvas do seus quadris, explodindo suavemente em suas pernas arredondadas e com curvas extremamente perigosas.
E com outro conjunto de paisagens poéticas com a beleza de uma tela de Rembrandt, a seriedade de uma tela de Rubens e a imponência de uma tela de Delacroix.
Vista pelas costas; suas curvas são a essência da exuberância, são o perigo na sua maior suavidade e excitamento.
Acabei de descobrir que o pecado, o doce sabor do veneno, o fogo, a beleza, a paixão, a loucura, a cumplicidade e a hemorragia dos sentimentos, contém muitas curvas.
Como as que terei que caminhar até chegar aí, nesse universo de curvas e paisagens de encher os olhos e o coração...

Marco Bosco
Tokyo 23/Nov/2008

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