Wednesday, October 27, 2010

Pensando bem?


Eu que pensei que podia escolher meus amores, como a mãe  escolhe o caminho dos filhos.
Eu que pensei que fechando os olhos ninguém poderia me ver.
Eu que pensei que pensava...
Eu que sempre estive aqui comigo, bem que  podia ser uma letra de rock balada e andar por ai nas  bocas e ouvidos de quem pode realmente ouvir.
Sei lá quantas ruas tive que atravessar, e muitas  atravessei fora da faixa.
As faixas brancas no escuro do asfalto, são colocadas pelos homens, mas essas faixas que a gente atravessa, quem será que as põe?
Do lado de cá, pode-se bem ver o lado de lá, que pode ser o lado de dentro, que é uma coisa bem complicada não fossem nossos olhos de olhar o passado.
Se bem que os velhinhos, artistas e fazedores de coisas bonitas, estão com mais de 60 ou 70 parecendo adolescentes e sorrindo, com todas as rugas que a vida pôs em suas faces.
Rugas que como leito de rio, correm e se entrelaçam todas na mesma direção, caminhando para um lugar mais espaçoso e calmo, aportados na sabedoria e suavidade do tempo.
Eu que pensei que minhas rugas poderiam ser diferente. Não sei porque essa besteira. Talvez porque as minhas só as vejo do lado contrário do espelho que me vê.
E como no espelho a imagem se forma atrás, como é que  pode ver-se de frente?
Melhor não pensar em que pensava.
Eu que pensei, que seus olhos refletiam os meus.
Eu sabia que pensava; só não pensei que não sabia o que pensava.
Eu que pensei que podia escolher...


Marco Bosco

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