Thursday, April 4, 2013

Branquinha


Brancos são os dias, nessa sua pele embranquecida pelo verde dos seus olhos, pela infantil frequência da voz que voa ao telefone e sua correria brilhante de entrar e sair das palavras que passam valente e rapidamente pela minha tela.
Depois daquela turbulência de emoções jogadas na águas do rio das mentiras, o dia foi acabando, numa tarde sombria que entrou pela noite escura  no calor gelado da selva.
Uma noite longa que parecia ter 100 horas, lá pela nonagésima quinta hora da noite; começou a clarear, foi mudando de cor, foi clareando, foi mudando, e foi sarando  e acabando acabou.
Cicatrizou! quase não ficou  cicatriz, mas deixou a sequela do silêncio.
Quando dei por mim havia em minha frente uma luz clarinha e um sorriso de muitos dentes.
Uma luz de festa, uma luz de coisa boa,  bem branquinha.
Revoluções de preocupações e impossibilidades a parte, o olho do furação trouxe você e as mesmas sensações boas da sedução e quereres, mas de uma forma diferente: um remédio para as dores de dentro e as de fora.
A pureza carregada da simplicidade que emociona, do cheirinho que ainda não senti, os pezinhos que ainda não vi e da pele que que ainda não toquei, e mesmo assim tudo já fez tão bem.
Se não houver posse nem obsessão, sobra carinho e emoção, imaginando uma coisa muito boa, livre da carne enganosa que um dia amargou.
O  desejo  de ver a mulher que te habita é agora muito limpo; nada do que venha acontecer ou que não venha acontecer, vai mudar a emoção e o sentimento, nunca haverá de se cobrar nada e se exigir nada.
O que será dado por emoção e querer terá o sabor bem melhor.
Essa luz Branquinha mesmo longe, me deixa feliz, e clareou bem por aqui onde estava escuro e sujo.
Tudo que ainda não aconteceu já é inesquecível.


 Marco Bosco

Campinas - Brazil/2013

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