Águas do Rio Negro |
Eu, como um garoto paulista nascido em
1956, acostumado ao meu matinho, sempre imaginei a realidade dos olhos pousado no verde e nas águas do
amazonas, pensando ser igual a floresta dos filmes do Jim das Selvas e Tarzan.
Em 1981, no então projeto Pixinguinha, que pela primeira vez vinha a Tucuruí, Rio Branco, Manaus, Macapá, Boa Vista e Belém.
Em 1981, no então projeto Pixinguinha, que pela primeira vez vinha a Tucuruí, Rio Branco, Manaus, Macapá, Boa Vista e Belém.
Em
minha passagem por Belém, onde conheci o jovem Nilson Chaves e principalmente
em Manaus, foram muito marcantes e
impressionante para aquele menino caipira de Torrinha.
Desde
então passei a ter uma relação mais efetiva e curiosa com a Amazônia,
principalmente pela sonoridade natural da floresta e das águas e lendas e povos
da floresta.
Em
1986, baseado nos textos de Nunes Pereira ( A lenda Do Guaraná) e Marcio de Souza ( As Folias do Látex),
trabalhei junto com Paulo Calasans sobre o tema, primeiramente para trilhas de
duas companhias de danças de São Paulo, que viraram um álbum só, (Hánêréa, The Power of Nature)
editado e lançado somente no Japão e Europa em 1990.
Minhas
lembranças em sons e imagens, desde essa primeira “Tour Verde”, além das
registradas, ficaram sempre muito presentes, principalmente pela grandiosa
imensidão, silenciosa e tão sonora ao mesmo tempo.
Nunca
mais pude deixar de ter sons de muitas sementes da terra, que soam como água, e
muitos pássaros que levo em minha sacola, onde quer que eu vá.
O
rasgo que o Solimões, Negro e Amazonas, fazem no planeta é a ilha Amazônica, lá
o céu e a hora são diferentes e o inverno cai numa quarta-feira em dezembro!
A constatação e certeza de um Brasil diferente e separado.
A constatação e certeza de um Brasil diferente e separado.
Alguém
já disse que o Brasil esta de frente pro mar e de costas para o Brasil?
De
uma maneira ou outra sempre acabei esbarrando no Amazonas.
Em
novembro de 2008, mais uma vez o coração começou a me trazer para o Amazonas e no
final do ano de 2009 apareceu a chance de trabalhar em Manaus, pela primeira
vez em radio, e durante o ano de 2010, fui
levado pelo coração e pelas mãos de Tatiana Sobreira, jornalista e
personalidade do radio e televisão da Amazônia.
Aí
não parou mais....
Veio
também, Seigen Ono, engenheiro japonês veio a Amazônia registrar seus sons, e
pela primeira vez no mundo testar um equipamento de gravação móvel de última
geração ainda em protótipo, desenvolvido pela Universidade de Waseda em Tokyo.
A
Amazônia foi longe e nos trouxe muito
mais, com projetos de gravação com Leila Pinheiro, Nilson Chaves, Vital Lima e
Eliakin Rufino e as novas amizades de
Celio Cruz e Euterpe.
E
agora Amazônia Convida, tudo unido e sonorizado pela águas e o
silêncio ruidoso da floresta.
Marco
Bosco
(A partir texto do curador publicado no programa dos concertos “Amazônia
Convida”, entre julho e novembro de 2012
no Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro)
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